domingo, 18 de dezembro de 2016

Relógio

Então, finalmente é dezembro.

O último mês do ano é sempre um momento de reflexão, ficamos mais sensíveis e, dependendo da situação, otimistas ou pessimistas.

Considero que estamos vivendo tempos difíceis em diversos aspectos e 2016 pode ter sido uma amostra de que na vida, tem que se viver feliz por escolha e não porque as coisas estão do jeito que desejamos.

Eu, particularmente, tenho usado uma técnica mental pra não me sentir tão frustrada. Pensar que os tempos e os anos foram o ser humano quem criou e que pra Deus, o tempo é marcado de forma diferente. Que a virada de 31 de dezembro para 01 de janeiro não marca o inicio de nova etapa, nova chance, etc. É um dia como todos os outros. Não preciso esperar virar o ano para mudar de atitude, para renovar as forças e sonhos, para fazer promessas ou reformular metas.
Essa sensação de frustração, de finalização e de reinício que o fim de ano nos dá, é apenas psicológica, porque chance para mudar nós temos todos os dias, e não tem essa de ano certo para isso ou aquilo acontecer. Porque o relógio celestial não gira como o nosso.


Eu sempre gostei muito dessa época. Sempre ficava muito feliz e não entendia por quê algumas pessoas não gostavam, principalmente as mais adultas que eu, ou mais velhas. Até que, em um ano desses aí, passei por uma grande decepção. Gerei durante um ano inteiro a expectativa de algo que jamais aconteceu. Pelo contrário, deu tudo errado e foi bem doloroso. E eu pensava que dezembro marcaria mudanças. Mas, que nada! O que marcou a mudança foram o passar de meses, de fôlegos, lágrimas, orações.
E no tempo de Deus o milagre que aconteceu foi eu estar curada o suficiente para voltar a sonhar de novo.

E agora, ao fim de mais um ano, os pensamentos de frustração tentam tomar o lugar dos pensamentos de esperança. Uso então a minha técnica, mentalizando que é apenas o calendário ocidental secular que está mudando. Que o calendário de Deus, de alguma forma que não entendo, está seguindo um cronograma oculto aos meus olhos mas que é infalível. Que de alguma maneira ele entende meus sonhos e entende que às vezes se torna difícil esperar e sonhar. Então busco acreditar que, uma hora, nossos calendários vão combinar.

Eu sou eterna. Já existia nos sonhos de Deus antes de nascer. E continuarei existindo ao lado dele depois de morrer. E isso me garante uma expectativa de vida bem maior do que as estatísticas dizem. Então, quem é, diante da eternidade, esse tal calendário Gregoriano? Ele não sabe de nada.
Eu não sei de nada.

Só sei que nunca é tarde para sonhar. Nunca é tarde para tentar fazer diferente, correr atrás de um sonho, mudar maus hábitos e criar bons. Nunca será a hora certa para renovar as forças e buscar a Deus, mas que toda a hora é hora de se posicionar diante dele com fé e lutar pelo que ele tem colocado no meu coração.

Eu não sei como estarei daqui a um ano. Mas eu sei que ainda que meus planos sejam frustrados, nenhum dos planos de Deus pode ser impedido.

"O vento sopra onde quer, você escuta o seu som, mas não sabe de onde vem, nem para onde vai; assim ocorre com todos os nascidos do Espírito.”
João 3:8. 



byPIU